Prefeitura de Manaus estabelece parceria para controle do Aedes aegypti em canteiros de obras

A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), estabeleceu parceria com o Serviço Social da Indústria da Construção Civil (Seconci – Manaus), com o objetivo de realizar ações de Educação em Saúde para o combate ao mosquito Aedes Aegypti em canteiros de obras.

Conforme a chefe do setor de Educação em Saúde e Mobilização Social da Semsa, enfermeira Lilian Paula Lima Zacarias, a parceria é mais uma ação para reforçar o trabalho de prevenção de dengue, zika e chikungunya, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, em Manaus.

“A indústria da construção civil tem um papel importante para o controle do Aedes, já que o ambiente de canteiros de obras é propício para a proliferação do mosquito, caso não sejam tomadas as medidas de prevenção necessárias. É importante que as pessoas que trabalham nesses ambientes tenham as informações necessárias sobre a prevenção e controle do Aedes no local de trabalho”, afirma Lilian.

A primeira ação por meio da parceria será desenvolvida na próxima terça-feira, 19/4, na sede da entidade no Centro, das 8h30 às 11h30, com a capacitação de 20 profissionais da construção civil, incluindo enfermeiros e técnicos do trabalho, que poderão multiplicar as informações junto aos trabalhadores nos canteiros de obra.

“É uma estratégia para que possamos atingir o maior número de pessoas, promovendo a capacitação de grupos de profissionais, para que levem a informação até o local do trabalho, inclusive com a formação de brigadas, reunindo diferentes profissionais, para o combate ao mosquito, atuando na rotina diária”, informa Lilian.

Visita

Nesta segunda-feira, 11, pela manhã, em preparação para as atividades, uma equipe da Semsa, formada por técnicos do setor de Educação em Saúde, do Núcleo do Controle da Dengue e do Núcleo de Entomologia e Controle Vetorial, visitou um canteiro de obra na zona Oeste de Manaus, para avaliar os principais pontos que podem ser abordados na capacitação.

“A visita é uma forma de fazer avaliação da situação atual nos canteiros de obra e, a partir dessas informações, direcionar a capacitação dos profissionais para a eliminação dos depósitos que podem acumular água e que ajudam na proliferação da larva do Aedes ou do mosquito adulto. E é importante estabelecer a parceria com outras instituições, já que o controle do mosquito só pode ser feito com o envolvimento de toda a sociedade”, destacou o chefe do Núcleo de Entomologia e Controle Vetorial da Semsa, Edvaldo Raimundo Nazaré da Rocha.

Riscos

Os canteiros de obras apresentam um ambiente propício para a proliferação do Aedes, porque são locais em que é possível encontrar recipientes como latas, baldes, caixas de massa, além do risco de lajes, calhas, poço de elevador, lonas e outros equipamentos de trabalho que podem acumular água.

O chefe do Núcleo de Controle da Dengue, Alciles Comape, explica que a formação de multiplicadores de informações e de brigadas, que possam atuar nos canteiros de obras, é uma estratégia a mais no controle do mosquito.

“O ciclo de vida do Aedes aegypti, do ovo ao mosquito adulto, leva de sete a dez dias, portanto, uma vistoria semanal é suficiente para impedir a proliferação. Então, os próprios trabalhadores podem atuar no controle do Aedes, eliminando os possíveis criadouros, quando for o caso, ou evitando o acúmulo de água em recipientes e locais propícios para a reprodução do mosquito”, explicou Alciles.

Casos

Entre janeiro e março deste ano, o município de Manaus registrou 607 casos notificados de dengue, sendo que, no mesmo período do ano passado, o número de notificações chegou a 1.853.

“A Semsa desenvolve diversas ações de prevenção e controle da dengue e continua elaborando estratégias de acordo com as demandas identificadas entre a população, sempre com o objetivo de evitar o adoecimento”, observa Alciles.

Em relação à zika, de janeiro a março deste ano foram notificados 27 casos e 33 registros de chikungunya. Nesse mesmo período do ano passado, foram notificadas 33 ocorrências de zika e 29 de chikungunya.