A Alemanha, que acolheu mais de 1 milhão de imigrantes desde 2015, vai acelerar a expulsão de pessoas cujo pedido de asilo tenha sido negado, anunciou nessa quinta-feira (9) a chanceler Angela Merkel, depois de acordo negociado com os governos estaduais. “Discutimos as condições necessárias para continuar sendo um país que acolhe as pessoas que buscam proteção”, afirmou Merkel em entrevista. A informação é da Radio France Internationale (RFI).
A chanceler, que foi muito criticada por sua política de acolhimento, devido aos atentados e incidentes que ocorreram no país desde 2015, explicou que os candidatos a asilo cujo pedido seja recusado pela Justiça deverão abandonar o país. “Isso nos dá a possibilidade de receber as pessoas em situação de emergência”.
Aqueles que tentarem dissimular sua verdadeira identidade ou que tenham cometido delitos serão rapidamente expulsos. O Departamento Federal de Migrações (Bamf) poderá igualmente acessar os celulares dos solicitantes de asilo cuja identidade não for claramente estabelecida, segundo o governador do estado de Hesse (centro), Volker Bouffier, membro do partido conservador CDU de Merkel.
Os estados têm competência para expulsar os imigrantes. “Temos que aumentar o traslado às fronteiras e as expulsões porque o número de pedidos de asilo reprovados está aumentando”, disse o ministro de Interior, Thomas de Maizière.
Centro de expulsões
Entre as medidas contempladas está a criação de um “centro de expulsões”, que permita a coordenação entre os governos federal e regionais. Além disso, os imigrantes serão ajudados financeiramente para estimulá-los a regressar a seus países.
A Alemanha, cuja opinião pública foi endurecendo sua atitude em relação à chegada maciça de refugiados, quer incrementar paralelamente a pressão sobre os países emissores que não colaboram.
Os países do Magreb (Norte da África) serão objeto de vigilância especial, em particular a Tunísia.
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