Pesquisa busca alternativas para beneficiar piscicultores do Amazonas. Em andamento, o projeto apoiado pelo Governo do Amazonas, por meio da Fapeam é desenvolvido no Instituto Senai de Inovação em Microeletrônica.
Pesquisa busca alternativas para beneficiar piscicultores do Amazonas.
Pesquisadores do Amazonas estão buscando alternativas de sensoriamento de baixo custo para beneficiar piscicultores de pequeno porte do estado, por meio do monitoramento dos parâmetros físico-químicos da água (temperatura, pH, oxigênio dissolvido, condutividade e transparência).
A iniciativa que impacta no aumento da qualidade e na produtividade de pescados na região recebe investimentos do Governo do Amazonas, através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), via Programa de Apoio à Pesquisa (Universal Amazonas), Edital N°006/2019.
A ideia do estudo coordenado pelo doutor em Informática, Carlos Pereira, realizado, em Manaus, no Instituto Senai de Inovação em Microeletrônica, integrante do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), é desenvolver um sistema de sensoriamento de baixo custo com a incorporação de tecnologias e materiais, para torná-lo acessível aos piscicultores do estado. Além de verificar também até que ponto esse sistema é capaz de substituir as tecnologias comerciais existentes no mercado.
“O sistema que estamos propondo não vai ter as mesmas características de precisão ou durabilidade dos que já estão há algum tempo no mercado. No entanto, os dados repassados por ele já são suficientes para fornecer informações para que os produtores possam melhorar os cuidados com a qualidade da água de seus viveiros”, disse Carlos Pereira.
Segundo o pesquisador, atualmente, o mercado dispõe de diversos sistemas de sensoriamento para esses parâmetros, mas que ainda possuem custos altos. “Em média, para ter acesso às medidas de temperatura, pH, oxigênio dissolvido, condutividade e transparência, o produtor teria que desembolsar aproximadamente R$ 15 mil. Assim, a proposta desta pesquisa é fazer com que o produtor possa monitorar esses mesmos parâmetros com menos de mil reais”, explica.
A qualidade da água está associada com a produtividade e com a saúde dos peixes por exigirem condições ideais de desenvolvimento e que variam conforme a espécie cultivada. “Realizar este monitoramento, pode ajudar o produtor a saber o momento ideal de realizar algum tipo de manutenção no viveiro, para controlar o pH e a condutividade, por exemplo, ou até mesmo o momento em que a água está oferecendo as melhores condições para a alimentação dos peixes”, disse.
Sensores – De modo geral, os sensores são dispositivos que respondem a estímulos físicos ou químicos de maneira específica, produzindo um sinal que pode ser medido ou monitorado. Neste projeto, estão sendo estudados sensores que produzem sinais elétricos capazes de transmitir informações sobre a temperatura, pH, oxigênio dissolvido, condutividade e transparência da água.
Testes – O grupo de pesquisa conta com a participação de cinco pesquisadores que contribuem para o andamento do estudo. O projeto também recebe apoio da empresa Ração +, produtora de ração para aves e peixes, localizada na AM 240 em Balbina, que cedeu três tanques com as espécies tambaqui, matrinxã e pirarucu, para a realização da coleta de amostras da água e os testes do sistema de sensoriamento.
Até o momento a equipe já desenvolveu diversas atividades do projeto, dentre as quais, os estudos sobre a influência dos principais parâmetros físico-químicos da água para as espécies cultivadas na região amazônica, e sobre as técnicas alternativas para medição de temperatura, pH, oxigênio dissolvido, condutividade e transparência.
Também foi realizada a aquisição de material para prototipagem dos sensores de temperatura, condutividade e transparência. Os próximos passos da pesquisa são o desenvolvimento e fabricação do módulo eletrônico para coleta e envio dos dados dos sensores e validação desse conjunto em ambiente real, por meio da coleta de dados dos tanques de piscicultura no período de 10 dias consecutivos.
“A Fapeam está sendo uma parceira fundamental para a realização deste estudo, não só por viabilizar o custeio dos bolsistas, equipamentos, materiais de consumo etc., mas por continuar fomentando e divulgando pesquisas com o objetivo de desenvolver tecnologias e os recursos humanos da nossa região” finalizou o pesquisador.
Universal Amazonas – O Programa é voltado para apoiar atividades de pesquisa científica, inovação, ou de transferência tecnológica, em todas as áreas do conhecimento, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do estado.
FOTO: Arquivo pessoal do pesquisador Carlos Pereira