Objetivo foi despertar nos alunos o interesse para o planejamento, conservação, uso e ocupação sustentável dos espaços onde vivem
No Amazonas, professores e estudantes do ensino fundamental (5° ao 9° ano), do ensino médio e suas modalidades: Educação de Jovens e Adultos, Educação Escolar Indígena, Atendimento Educacional Específico e Projeto Avançar também são beneficiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Esse apoio vem por meio do Programa Ciência na Escola (PCE), que dentre seus objetivos visa contribuir para o processo de formação continuada dos professores, despertar a vocação científica e incentivar talentos entre os estudantes do ensino público estadual do Amazonas e municipal de Manaus.
O programa é desenvolvido pela Fapeam, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (Seduc-AM) e Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Dentre os projetos selecionados na última edição do PCE, edital N°001/2018, está o intitulado “Geografia e Educação no Contexto Urbano: Moradias em Áreas de Risco Ambiental”, realizado com alunos do ensino médio da Escola Estadual Maria Madalena Santana de Lima, no bairro Armando Mendes, zona leste de Manaus.
Da escola para a comunidade – O projeto de Iniciação Científica Júnior (IC/JR) trabalhou o ensino da Geografia além da sala de aula, tendo como cunho principal analisar o conceito da disciplina e levar o conhecimento adquirido pelos alunos para a comunidade, em relação com a transformação do bairro.
Segundo o coordenador do projeto, o professor de Geografia Márcio Silveira, a ideia foi analisar a importância da paisagem, que é o entorno em que se vive, para a compreensão do espaço vivido e despertar nos alunos o interesse para o planejamento, conservação, uso e ocupação sustentável dos espaços onde vivem.
Para isso, foi adotada cartilha produzida pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) – Serviço Geológico do Brasil para informar aos moradores que residem em áreas consideradas de risco ambiental sobre práticas seguras e sustentáveis.
“Sabemos que a paisagem está em constante transformação, muitas pessoas não se sentem como atores dessa mudança e colocam a culpa nas autoridades. Mas as pessoas também contribuem para os problemas ocorrerem. Com o projeto, queremos que a comunidade faça uma leitura do bairro e compreenda que os moradores são atores da transformação geográfica do bairro Armando Mendes”, disse.
Os estudantes realizaram pesquisa bibliográfica e de campo no entorno da escola, ações educativas e reconhecimento das diferentes situações de riscos ambientais, utilizando os conhecimentos adquiridos em sala de aula, nas atividades inerentes ao projeto.
Durante o projeto, os estudantes entrevistaram os moradores para saber a ideia que eles têm sobre o espaço em que vivem.
Além da sala de aula – O projeto foi apresentado na Feira de Ciências da Amazônia, durante a última edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. A escola também promoveu no bairro o evento “Ciência na Praça”, com objetivo de apresentar à comunidade os projetos de iniciação científica desenvolvidos na escola.
Para um dos colaboradores voluntários do projeto, Anderson Castro, e hoje estudante de Pedagogia, a experiência de participar do projeto de iniciação científica é importante para seguir a formação.
“A primeira coisa que me deparei quando cheguei à faculdade foi com o tripé: ensino, pesquisa e extensão. Isso foi algo que vi em projetos do PCE. A pesquisa foi viabilizada pela prática, porque fomos ao local e conseguirmos obter um bom resultado. Já a extensão foram os projetos aplicados à comunidade por meio da interação com a escola. É muito gratificante levar essa experiência para minha vida acadêmica”, informou.