A Vale anunciou, em nota divulgada na noite de ontem (8), que irá afastar da empresa ou de suas funções mais 10 empregados, atendendo na plenitude à recomendação feita pela força-tarefa que investiga os desdobramentos da tragédia de Brumadinho (MG). A decisão foi tomada pela diretoria executiva da mineradora.
A recomendação havia sido encaminhada à Vale no dia 1º de março pelo Ministério Público Federal (MPF), pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), pela Polícia Federal e pela Polícia Civil.
+ Famílias de Brumadinho receberão cesta básica mensal da Vale por 1 ano
O documento cita 14 pessoas, das quais nove deveriam ser afastadas de quaisquer atividades da mineradora e ter acesso proibido às suas instalações e outras cinco deveriam ser retiradas de funções vinculadas ao monitoramento de segurança de barragens.
No dia seguinte, quatro executivos apresentaram voluntariamente ao Conselho de Administração da empresa seus pedidos de afastamento. Entre eles estava o presidente Fabio Schvartsman. Os outros três são Gerd Peter Poppinga, diretor executivo de ferrosos e carvão; Lúcio Cavalli, diretor de planejamento e desenvolvimento de ferrosos e carvão; e Silmar Magalhães Silva, diretor de operações do corredor sudeste. O Conselho de Administração aceitou os pedidos e a presidência da empresa passou a ser exercida, interinamente, por Eduardo Bartolomeo.
Os quatro executivos que já estão afastados não poderão ter acesso aos edifícios da mineradora. O mesmo vale para Alexandre Campanha, gerente executivo de governança de geotecnia corporativa; Marilene Christina Araújo, gerente de gestão de estruturas geotécnicas; Joaquim Toledo, gerente executivo de planejamento e programação do corredor sudeste; Cesar Grandchamp, geólogo vinculado à gerência executiva de planejamento e programação do corredor sudeste; e Rodrigo Artur Gomes de Melo, gerente executivo do complexo Paraopeba.
Ao mesmo tempo, a força-tarefa recomendou que cinco pessoas sejam retiradas do monitoramento de segurança de barragens: Felipe Figueiredo Rocha e Washington Pirete da Silva, vinculados à gerência de gestão de riscos geotécnicos; Cristina Heloiza Malheiros e Artur Bastos Ribeiro, vinculados à gerência de geotecnia; e Renzo Albieri Guimarães Carvalho, gerente de geotecnia. Esses empregados deverão ser realocados.
ne Christina de Assis Araujo foram detidos em operação realizada no dia 15 de fevereiro. Duas semanas depois, foram soltos beneficiados por um habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A força-tarefa considera que eles tinham conhecimento das condições adversas da barragem e não agiram para impedir o rompimento.
Já Rodrigo Artur Gomes de Melo e Cesar Grandchamp foram presos em 29 de janeiro, quatro dias após a tragédia. Eles foram libertados após decisão favorável do STJ em 5 de fevereiro.
Fonte: Notícias ao Minuto