Trabalhadores de diversas categorias e representantes de movimentos sindicais de Manaus promoveram protestos nesta quarta-feira (15) contra as reformas da Previdência e trabalhista. A maior mobilização ocorreu durante a tarde e reuniu cerca de 2 mil pessoas no centro da cidade, segundo a Polícia Militar. A organização do ato não divulgou o número de participantes.
Os manifestantes, entre eles, estudantes, professores, metalúrgicos, petroleiros e bancários concentraram-se na praça do Congresso, por volta de 15h, e fizeram uma passeata com um carro de som finalizando o percurso no cruzamento das Avenidas Eduardo Ribeiro e Sete de Setembro. O trânsito chegou a ser interrompido em algumas vias, o que gerou congestionamento.
“A gente entende que se a reforma da Previdência for aprovada, vai acabar com a vida profissional de todos os trabalhadores e trabalhadoras. Ela é prejudicial. Primeiro porque a idade mínima para a aposentadoria integral será de 65 anos, tanto para homem como mulher, atingindo principalmente as mulheres. No caso da educação, acaba com a aposentadoria especial”, defendeu o presidente do Sindicato de Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), Marcos Libório.
A professora da rede municipal de ensino Simone Marques afirma que a categoria será uma das mais prejudicadas. Ela conta que começou a trabalhar aos 19 anos e que, pelas regras propostas pela reforma, só conseguiria se aposentar aos 71 anos.
“Nós estamos aqui porque não concordamos com a reforma da Previdência. É um absurdo que um professor tenha que contribuir 49 anos. Para nós é muito desgastante. A nossa aposentadoria era de 25 anos. Não temos condições físicas e psicológicas de ficar em uma sala de aula por 49 anos, é desumano. Essa reforma veio para massacrar a população”, disse a professora.
O governo federal justifica que a reforma da Previdência é necessária diante do déficit que o sistema enfrenta. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana, rebate esse argumento.
“Essa reforma é um golpe em cima dos trabalhadores. Uma reforma é para melhorar, não é pra prejudicar. Esse governo quer que as pessoas já nasçam trabalhando. É a reforma da morte. A nossa Previdência não é deficitária, ela é positiva”, declarou.
O ato em Manaus foi convocado pelo Movimento de Lutas contra a Retirada de Direitos, que reúne diversas entidades sindicais e associações da classe trabalhadora. Alguns manifestantes carregaram uma longa faixa com as cores do Brasil e cartazes com os dizeres “Diga Não à Reforma Previdenciária” e “Nem um Direito a Menos”. Para Jeferson Bernandes, que é funcionário da Petrobras, a reforma da Previdência representa um retrocesso nos direitos dos trabalhadores.
“A reforma com certeza vai tirar direitos dos trabalhadores. Na prática, a gente entende que o governo quer tirar o direito do trabalhador de se aposentar. Por isso, para que isso não aconteça, a gente está vindo para rua se manifestar porque isso é correlação de forças. Eles têm a mídia, deputados e senadores, a gente tem só um ao outro, só o povo. Então é através da força popular que nós vamos tentar mudar o voto dos parlamentares. Estou aqui por mim, pelos outros trabalhadores e pelas gerações futuras”, defendeu o manifestante.
Fonte: Agência Brasil