221.800 amazonense correm o risco de não receberem a segunda dose da vacina. Entenda porquê

Neste sábado (20), o Amazonas recebeu um lote com 221,8 mil doses da vacina contra Covid-19. Considerado o segundo maior lote recebido pelo estado.

Porém, segundo recomendação e liberação do Ministério da Saúde, todas as vacinas poderão ser usadas para imunizar a população com a primeira dose. Mais uma vez o governo brinca de ‘roleta-russa’ com a população. Entenda o motivo aqui.

 

– Serão 221.800 pessoas que serão vacinadas nos próximos dias. Isso pode não ser uma boa notícia nem uma boa ideia.

 

Então, por que 221.800 amazonenses correm risco de não receberem a segunda dose?

Antes, é preciso saber como as prefeituras realizam as campanhas por grupos prioritários.

Todos as prefeituras possuem um número aproximado de cidadãos que moram em seus municípios. Esses dados são separados por: sexo, idade, Zona, bairro e tantos outras informações. A maioria são fornecidas pelo IBGE através de Censos.

 

– A partir desses dados que acontece o planejamento dos grupos: qual, quando e como eles serão imunizados. Até agora, a melhor escolha encontrada, decorrente do quantitativo reduzido de doses, foi por idade.

 

Esse número, somados com os de outros estados, formam o quantitativo nacional necessários para a distribuição das vacinas pelo país. Até aí tudo certo.

 

As vacinas

Tanto a Oxford/AstraZeneca quanto a CoronaVac precisam de duas doses para que o cidadão esteja totalmente imunizado, respeitando os prazos entre uma dose e outra, de cada farmacêutica.

 

O problema

Desde janeiro deste ano, quando o Amazonas entrou em colapso, o Ministério da Saúde vem errando nos seus dados e planejamentos.

Desde a falta de logística para ajudar na crise do oxigênio até a propagação de uma mega campanha em massa no Amazonas, que não aconteceu (ler mais aqui), o Ministério vem mostrando seus sucessivos erros. Agora intensificados em todo o país.

 

O perigo

Ainda em fevereiro, o ministro Pazuello se reuniu com a Frente Nacional de Prefeitos e divulgou a entrega de grandes lotes das duas vacinas produzidas no Brasil e determinou que fossem usadas para imunizar o maior número possível de pessoas, garantindo a chegada a tempo da carga da segunda dose.

 

– Ainda bem que nenhum prefeito seguiu a recomendação do ministro Pazuello. A carga prometida não chegou nem a ser fabricada.

 

Por que os amazonenses estão correndo risco?

Mais uma vez o ministro Pazuello, e o não oficial ministro Queiroga recomendaram que sejam usadas todas as cargas para imunizar o maior número possível de pessoas com a primeira dose e que eles garantem a chegada a tempo da segunda dose.

 

Vale lembrar um ponto importante

Se fosse a vacina da Oxford/AstraZeneca nesse lote, até poderia ser uma vantagem porque o intervalo entre as duas doses é de 3 meses. Mas, em se tratando da CoronaVac, onde o intervalo é de apenas 28 dias, esse uso é preocupante.

Agora, mais uma vez pode dar errado só que em grande escala. Poderão ser 221.800 pessoas que terão que tomar as duas doses novamente, só no Amazonas, afinal, essa recomendação é para o país todo.

 

O que diz o Butantã?

Segundo o site oficial da instituição (ver aqui) está prevista a entrega de mais 54 milhões de doses até agosto. Em uma breve soma seriam, em média, 10 milhão por mês. Esse número não é suficiente pra suprir um segundo lote em caso de atraso repentino na fabricação. Isso pode ser um risco alto a ser pago por uma população que já sofre com as mazelas da pandemia.