Frágil trégua toma a Faixa de Gaza após escalada de violência que deixou 35 mortos

GAZA — Uma aparente calma retornou nesta segunda-feira à Faixa de Gaza após os palestinos anunciarem um cessar-fogo depois da maior escalada de violência na região em anos, num conflito que não tem solução à vista  após sete décadas de impasse. Foguetes disparados de Gaza mataram quatro israelenses no domingo, enquanto 31  palestinos — pelo menos 12 deles de facções — foram mortos na reação de Israel nos confrontos fronteiriços mais sérios desde a guerra de 2014.

O Hamas ofereceu na noite de domingo uma trégua a Israel, sob mediação do Egito. Fontes palestinas asseguraram ao jornal El País que a pausa nas hostilidades entrou em vigor na madrugada, embora Israel não tenha concordado oficialmente com ela — o governo reluta em revelar acordos ou entendimentos com grupos que classifica como organizações terroristas.

O cessar-fogo é frágil: espera-se uma confirmação nas próximas horas, mas o conflito pode ser reavivado por qualquer pequeno incidente.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no entanto, divulgou um comunicado em que assegura que a campanha em Gaza ainda não terminou e que Israel está pronto para continuar na ofensiva. As Forças Armadas israelenses enviaram à fronteira uma brigada de blindados, uma de artilharia e outra de infantaria para o caso de uma incursão terrestre. Nesta segunda, Netanyahu afirmou que elas continuariam posicionadas no local.

No domingo, o premier ordenara “ataques massivos” em retaliação ao lançamento de foguetes de Gaza. “Nos últimos dias golpeamos o Hamas e a Jihad Islâmica com grande força”, destacou o líder israelense, na nota. “Alcançamos mais de 350 alvos, atacamos terroristas e seu líder, e destruímos sua infraestrutura. A campanha não terminou, requer paciência. Estamos prontos para continuar”.

Fonte: O Globo