Jogos Escolares Indígenas são realizados em comunidade da zona ribeirinha de Manaus

A 11ª edição dos Jogos Escolares Indígenas da Prefeitura de Manaus iniciou nesta quinta-feira, 16/5, na escola indígena Puranga Pisasú, na aldeia Nova Esperança, localizada no rio Cuieiras, zona rural ribeirinha. A disputa, que segue até esta sexta-feira, 17/5, reúne alunos das unidades indígenas arú waimi, kanata t-ykua e kunya taputira, dos espaços culturais kurasi werá, kuiá, weku durpuá, wakenai anumarehit, além de moradores das comunidades vizinhas.

 

Os jogos são organizados pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), por meio do Departamento de Gestão Educacional (Dege), Divisão de Ensino Fundamental (Defe) e a Gerência de Educação Escolar Indígena (Geei). O objetivo do evento é promover a interação social entre os povos indígenas residentes na aldeia Nova Esperança e nas proximidades, e proporcionar aos participantes a troca de aprendizagem, construção de novos saberes e revitalização de aspectos culturais dos indígenas da região do rio Cuieiras e Baixo Rio Negro.

 

A 11ª edição conta com disputas de arremesso de lança, tiro ao alvo com arco e flecha, tiro ao alvo com zarabatana, natação, corrida, canoagem e peconha (escalada em árvores).

 

Manaus é a primeira cidade do Brasil a desenvolver a educação indígena com os povos da própria etnia, com o intuito de preservar a cultura e a língua materna de cada povo, além de manter os alunos que já vivem na cidade perto das tradições. Atualmente, a Semed tem 820 estudantes indígenas, em quatro escolas municipais no rio Negro e Cueiras, além de 18 Centros Municipais de Educação Escolar Indígena (Cmeei).

 

“Manaus tem demonstrado comprometimento com a nossa identidade. Isso acontece quando temos na rede municipal de ensino alunos com várias etnias. Isso é motivo de muito orgulho para todos nós, além de promover uma educação de qualidade, entendendo quem de verdade a gente é, respeitando a cultura, costumes e línguas dos povos, como nos orienta o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto”, mencionou a secretária de Educação, Kátia Schweickardt.

O evento visa ainda a valorização e o fortalecimento das culturas indígenas, por meio da revitalização de práticas esportivas próprias dos povos. O que para o gerente da Educação Indígena, Glademir Santos, é a união da educação e do esporte indígena como forma de sobrevivência.

 

“Isso tudo é uma combinação entre identidade, cultura, educação e o esporte. Os critérios culturais dos povos da Amazônia são manifestados de forma organizada por meio da educação. E o esporte promove a coletividade e o orgulho de cada etnia envolvida nessa competição cultural”, informou o gerente.

 

Para a gestora da escola indígena Puranga Pisasú, Gessiane Garrido, a realização do evento só é possível por conta do apoio da Prefeitura de Manaus e da comunidade escolar. “Esse é um momento muito importante para o povo indígena, onde podemos mostrar a nossa cultura. Há muitas crianças que não têm mais o costume ou que nunca tiveram conhecimento. A Semed nos deu muito apoio incentivando e ajudando nesses momentos”, comentou.

 

A aluna Emily Garrido, 13, do 9º ano, disputou nas modalidades de arco e flecha, natação e corrida. Para ela, participar de atividades que antes eram comuns no dia a dia dos povos, é aprender um pouco mais as tradições indígenas. “Eu gostei muito de participar dessas atividades, mesmo não conseguindo acertar o arco. Eu percebi como era difícil para eles se alimentarem antigamente”, disse.